O que quero ser quando crescer?!

Confira o artigo da psicóloga e orientadora profissional Renata Daniele, abordando o futuro e escolha profissional

O que quero ser quando crescer?!
Foto: Retha Ferguson, em Pexels

Em algumas colunas atrás, relatei o processo de escolha, e suas influências. Estive pensando no tema que falaria com vocês nesta coluna. Me deparei com a seguinte indagação que vivi durante meu período escolar: “O que quero ser quando crescer?!”. E percebo em meus atendimentos que muitos adolescentes estão se questionando ou já se questionaram sobre seu futuro profissional

Voltando as minhas reflexões me recordo que quando era criança queria ser advogada, pois uma pessoa importante de minha vida exercia esta profissão, e me trazia uma impressão de formalidade e elegância. Eu sempre repetia: “quando crescer quero ser advogada, como minha madrinha!”. E estes dizeres me acompanharam pela infância. Depois, por um período da adolescência, não havia direcionamentos que desejava seguir, e não tinha mais certeza que queria ser advogada.

Muitos familiares esperam que o jovem ao terminar o ensino médio, escolham por uma profissão, e já ingressem no ensino superior. Os pais, em alguns momentos, podem se sentirem afetados direta ou indiretamente pela escolha da profissão, podendo gerar sofrimento por ver o filho com dificuldades de escolha, ou por buscarem realizar-se por meio dos filhos. E esta expectativa gerada pela família, pode gerar neste jovem um sentimento de cobrança.

Na adolescência é vivenciado uma fase de transição, em que o jovem se questiona muita das vezes: “Quem sou eu?!”. Neste momento ele está se definindo como pessoa, em que há um abandono de atividades infantis, e a busca por outras do mundo adulto. E dar o próximo passo para o mundo adulto implicar e escolher por uma direção e abdicar de outras. Sendo fundamental o apoio familiar neste momento de escolha profissional, no entanto, o jovem não escolhe somente por influência dos mesmos. O meio em que ele se socializa são responsáveis pela criação de valores construídos por este jovem. Estes valores embasam o comportamento deste jovem e está consequentemente atrelado ao seu direcionamento de sua carreira.

E voltando a minha história, como puderam notar, não segui com o curso de direito. Durante o ensino médio, me interessei pela área de humanas, e na relação do homem com o meio, os processos mentais e o comportamento humano. Me decidi primeiramente por faculdade de Psicologia, prestei vestibular na PUC Minas, e me mudei para Arcos, e me tornei a primeira psicóloga da família. Desde então, continuei a realizar escolhas, mesmo dentro da profissão. Lembrando que as influências que minhas relações estabeleciam sobre mim foram importantes por me tornar quem sou hoje, me apoiando em minhas decisões dentro da profissão que escolhi.

Renata Daniele Pinto, Psicóloga e Orientadora Profissional.