Série Bairros de Arcos: São Judas pede água
Com São Judas, Novo São Judas e Jardim Canadá, o CCO já esteve em 20 bairros da cidade

Para a reportagem desta semana da série Bairros de Arcos, o Jornal CCO visitou os bairros São Judas, Novo São Judas e Jardim Canadá, que estão integrados e, para quem não é morador, é difícil identificar os limites entre eles.
Por estarem ligados, foi possível identificar que pouco menos de 4 mil moradores vivem realidades semelhantes, especialmente, no que se refere ao maior problema apontado: a falta d’água.
Breve história
Para saber como começou o bairro, o CCO teve a oportunidade de conversar com Antônio Marcos Cirilo, de 63 anos, mais conhecido como ‘Toninho’. Ele é capoteiro e, embora não resida mais no São Judas, foi o primeiro morador. “Quando casei, comprei um lote lá [São Judas], do ‘Cleuso’ e do ‘Tião Tufão’. Lá não tinha nem luz. Fui eu que comprei o poste para que minha casa tivesse luz”.
O lote no bairro foi sua primeira aquisição ao casar. As filhas dele cresceram lá no São Judas. Toninho conta que é nascido em Formiga, veio para Arcos e se considera arcoense. Saiu do São Judas em 1997 e foi morar no ‘São Vicente’ para ficar mais próximo do seu trabalho, ele tem uma capotaria na rua Donato Rocha.
É muito bom e seguro para morar
Neusa Rabelo
Para falar sobre os dias atuais, o CCO conversou com Neusa Rabelo, viúva de 65 anos. Ela chegou ao São Judas com seus pais e seus nove irmãos, quando havia apenas quatro casas em todo o loteamento, que já tinha a infraestrutura básica instalada (luz e água). Conta que sua família se mudou da fazenda que pertencia a José Rosa.
A nora da Neusa, Fabíola Júnia de Carvalho, mora no bairro há 17 anos, vinda de Belo Horizonte, quando se casou. Fabíola e o marido, Eron, são donos da Rações WM no bairro Novo São Judas.
Fabíola Júnia de Carvalho
Neusa e Fabíola dizem que no bairro predomina a classe média e é um lugar seguro, tranquilo e bom para morar.
O comércio naquela região oferece boas alterativas de padarias, açougues, lancherias, bares, botecos, supermercado e mercados menores, sacolão, farmácia e oficinas mecânicas.
Há o Santuário São Judas Tadeu e alguns templos evangélicos, mas não sabem precisar quantos seriam.
Praça Maria Teixeira Dias foi inaugurada em 23 de junho de 2016
Serviços públicos deixam a desejar
No “São Judas” tem a escola municipal Vera Lúcia Paraíso, mas não há creche. Neusa diz que as mães tentam conseguir vagas em unidades de outros bairros. Esta é uma das carências em um bairro onde, segundo elas, muitas mães trabalham.
Elas dizem que a escola não permite o acesso à quadra de esportes para os meninos em geral. “Antigamente, era liberado e os meninos do bairro tinham onde brincar.” – diz Fabíola.
Atendimento na unidade básica de saúde
Na opinião delas, o atendimento no PSF São Judas “não é bom”, o que já fez com que elas tivessem que procurar o hospital municipal para resolver o problema do filho de Fabíola (15 anos). Ele teve que ser levado ao hospital São José para ser atendido, pois passava mal com vômitos e diarreia. “Se não tivéssemos levado ele ao hospital, teria que ficar esperando, sem compromisso de que seria atendido” – relata.
Já outro morador ouvido pelo CCO, Frank Willians, que mora no Novo São Judas há cinco anos, diz que embora ele e a esposa tenham usado poucas vezes, não têm reclamação. Quando precisaram, foram “muito bem atendidos”.
Falta d’água é o maior problema
Segundo Neusa e Fabíola, a falta de água é realmente o maior problema rotineiro da região, especialmente desde junho e, principalmente, para quem mora em locais mais altos, onde a falta é constante, causando muitos problemas tanto para a cozinha, quanto para a higiene.
Frank Williams Costa
Frank Willians Costa também faz a queixa. Ele diz que está muito satisfeito em morar no bairro, mas que, realmente, a falta de água é constante. Frank conta que muitas vezes, chegam à noite, depois de um dia inteiro de trabalho, e não tem água. O mesmo acontece nos finais de semana, quando precisam lavar roupa ou limpar a casa.
Recentemente, ele participou de outra matéria do CCO, na qual relatou que os Correios não entregavam a correspondência. no Novo São Judas Atualmente, ele não sabe se resolveram o problema, porque, quando precisa, pede que as entregas sejam feitas no seu local de trabalho.